SIMONE LENTZ

Friday, November 03, 2006

ECS 7 Marx e Engels I

ESC 7 – semana 5: Marx e Engels I



KARL MARX

Karl Marx nasceu em 1818 em Trier. Seu pai advogado, e sua mãe descendiam de judeus, mas haviam se convertido ao protestantismo.
Estudou direito em Bonn e depois em Berlim, mas se interessou mais por filosofia da história. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à política.
Aos 23 anos, quando voltou a Trier, percebeu que não seria bem-vindo nos meios acadêmicos e passou a viver da venda de artigos.
Em 1943, casou-se com Jenny Von Westphalen. O casal se mudou para Paris, onde Marx aderiu à militância comunista. Durante a maior parte de sua vida adulta, sustentou-se com artigos que publicava ocasionalmente em jornais alemães e americanos e por diversos auxílios financeiros vindos de seu amigo e colaborador
Friedrich Engels. Atraia muito a atenção Engels.
Foi expulso de Paris em 1845. Nos anos seguintes, se encorajou cada vez mais na organização da política operária, despertando a ira de governos e da imprensa.
Expulso da Prússia e novamente na França, Marx se estabeleceu em Londres em 1949, onde viveu na miséria durante 15 anos, ajudado, quando possível Por Engels. O isolamento político terminou em 1864, com a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores, que o adotou como líder intelectual. Em 1871, a eclosão da Comuna de Paris o tornou conhecido internacionalmente. Em sua última década de vida, sua militância tornou-se mais crítica e indireta. Marx morreu em Londres em 1883, em Londres.
Marx, viveu numa época em que a Europa se debatia em conflitos, tanto no campo das idéias como no das instituições.
Já na universidade, as doutrinas socialistas e anarquistas se encontravam no centro das discussões dos grupos que Marx freqüentava. Alguns dos pensadores que então alimentavam as esperanças transformadoras dos estudantes de hoje são chamados “SOCIALISTAS UTÓPICOS”, como o britânico Robert Owem (1771-1858) e os franceses Charles Fourier (1772-1837) e Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Dois momentos da história européia foram vividos por Marx intensamente e tiveram importantes reflexos em sua obra: As Revoltas Antimonárquicas de 1848 – na Itália, na França, na Alemanha e na Austrália – e a Comuna de Paris, que, durante pouco mais de três meses em 1871, levou os operários ao poder, influenciados pelas idéias do próprio Marx. A insurreição acabou reprimida, com um saldo de 20 mil mortes, 38 mil prisões e 7 mil departações.
Karl Marx foi o “filosofo alemão da revolução”, um dos mais influentes intelectuais de todos os tempos. Investigou o funcionamento do capitalismo que previu que o sistema seria superado pela emancipação dos trabalhadores.
Numa de suas fases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl Marx dizia que, até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. “Cabe agora transformá-lo”, concluía. Coerentemente com essa idéia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes em todos os tempos. Direta ou indiretamente, a obra da filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade.
Para Marx, combater a alienação e desumanização era a função social da educação. Para isso, seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O filósofo alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações “de partido ou de classe”. Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas do Estado – o que equivaleria a subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo qualidades a serem aproveitadas para um ensino transformador – principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência “profissionalizante”, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função.
Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa concepção chamada de “onilateral”(múltipla), difere da visão de educação “integral” porque esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx, não deveria ser trabalhada pela escola, mas por “outros adultos”. O filósofo não chegou a fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que ajudou a criar, Isso ficou para os seguidores como o italiano Antonio Gramsci, o ucraniano Anton Makarenko e a russa Nadia Krupskaia.
“A educação, para Marx, participa para do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo”.



Dialética de Marx


Influenciado por
Hegel, Marx diz ter invertido a teoria dialética deste. Ao passo que Hegel, entre outros de sua época, postulava a crença no Absoluto (estado, idéias), Marx veio a inverter essa ordem (chamando a si mesmo de um hegeliano às avessas) e através de Ludwig Feuerbach passa para o movimento conhecido por hegelianos de esquerda. Coloca a produção material de uma época histórica como a base da sociedade e, também, a criadora da subjetividade dessa época. Não é o conhecimento espiritual que muda a produção da existência e, conseqüentemente, a vida social, mas exatamente o contrário: com a atividade prática, a revolução (equiparação das forças produtivas com relação ao corpo social), o corpo social transforma também a sua subjetividade.
A relação da produção da vida prática e material para com as idéias não é, porém, determinística e reducionista como à primeira impressão pode parecer; existe uma relação
dialética entre essas duas entidades. Marx tinha um pensamento prático e político que muitos entenderam como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo. Além disso, os estruturalistas, que passaram a ler os escritos de Marx segundo uma visão estruturalista segundo a qual com os homens seriam apenas apêndices das estruturas econômicas, e não criadores diretos destas. Como colocado por Lukács já na década de 1920, a metodologia marxista vê na ciência social uma totalidade, onde se a Economia organiza a tessitura básica da vida social - a "determinação em última instância", dizia Engels - a Política e a Cultura, por sua vez, contribuem para estabelecer as formas históricas de gestão econômica, e, portanto, agem decisivamente sobre a organização material da Sociedade.

Luta de classes
Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filosofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas a parte do valor que produz é o proletariado.
O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, com isso, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. “O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor nos dá uma sociedade com o capitalista industrial”, escreveu Marx.
A obra de Marx reúne uma grande variedade de textos: reflexões curtas sobre questões políticas imediatas, estudos históricos, escritos militantes – como O MANIFESTO COMUNISTA, parceria com Engels – e trabalhos de grande fôlego, como sua obra – prima, O CAPITAL, que só teve o primeiro de quatro volumes lançado antes de sua morte. A complexidade da obra de Marx, com suas constantes autocríticas e correções de rota, é responsável, em parte, pela variedade de interpretações feitas por seus seguidores.


O trabalhador deverá superar a alienação


Em O CAPITAL, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classe e na qual a propriedade privada seja extinta. Para Marx, as estruturas sociais e a própia organização do Estado estão diretamente ligadas ao funcionamento do capitalismo. Para isso, para o pensador, a idéia de revolução deve implicar mudanças radicais e globais, que rompam com todos os instrumentos de dominação da burguesia.
Um aspecto importante do pensamento de Marx foi ter abordado as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo dentro de si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho – característica da economia industrial, em que cada um realiza apenas uma pequena etapa da produção -, o empregado se aliena do processo como um todo.
Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será trocada por produtos de que ele necessita. O comércio, para Marx, se constituía de trocas em que tudo – do trabalho ao dinheiro, das máquinas ao salário – tem valor de mercadoria, numa progressão multiplicadora do aspecto alienante.
Por outro lado, esse processo se dá à custa da concentração da propriedade por aqueles que empregam a mão-de-obra em troca do salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a buscar produtos que são propriedade de outros. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.
Um dos principais objetivos da revolução prevista por Marx é recuperar em todos os homens seu pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico . É nesse sentido que a educação ganha importância no pensamento marxista.
“A superação da alienação e da expropriação intelectual já está sendo feita, segundo Marx”.
“O processo que existe atualmente se aceleraria com a revolução proletária, para alcançar, afinal, suas metas maiores na sociedade comunista”.

1 Comments:

  • At 8:01:00 AM, Blogger Roberta said…

    Simone!!

    Que pesquisa fizeste hein!! Vejo que conseguiu entender bem a vida e obra de Marx e Engels. Parabéns!!

    Beijos

     

Post a Comment

<< Home