SIMONE LENTZ

Wednesday, November 29, 2006

A LÓGICA DA EXCLUSÃO E OS SEUS SINAIS NA EDUCAÇÃO

Tanto o Ensino Médio quanto o Ensino Fundamental trabalham na lógica do mercado. A escola reflete as práticas, o modela da sociedade. Por exemplo, quantas pessoas não têm acesso ao trabalho, à saúde, ao lazer? A mesma prática de exclusão acontece em relação à educação. Há uma exclusão de todas as condições básicas da população.
O que se exclui na sociedade, se exclui também dentro da escola. Há fatores dentro da escola que afastam o aluno: o conteúdo que não diz nada da realidade dele, a avaliação que é classificatória, seletiva. O aluno não tem condições de superar isto por si, porque a escola trabalha nesta direção. Ainda há os fatores externos: a questão do trabalho. Se o aluno é pobre, tem que sair para o trabalho, para buscar sustento. E muitas vezes a pessoa não tem resistência física para enfrentar três jornadas: trabalhar, estudar e cuidar da casa. E, para o trabalhador, fica difícil encarar a escola depois de oito horas ou mais de trabalho.

A LÓGICA DA HUMANIZAÇÃO

A Constituição brasileira garante a todos os cidadãos o direito à educação. Estes direitos, porém, não são respeitados. Existe lá o direito à moradia, à educação, ao trabalho, ao lazer. Numa sociedade de mercado, numa lógica de globalização, os direitos ainda não saíram do papel.
O direito de estudar está ali, mas não há condições de vida para que a pessoa possa estudar. É como o direito de ir para o exterior; cada um tem, teoricamente, esta liberdade. Mas faltam condições para estar na escola. Falta alimentação, moradia, saúde, que são as condições mínimas para aprender.
Para reverter esta situação é preciso um outro caminho, um outro modelo, uma outra teoria. E esta teoria que a gente vai buscar tem que ser fundamentada na humanização. Não existe uma outra teoria que possa sustentar esta nova prática. E já existem experiências muito eficazes de escolas que trabalham com a lógica da humanização.
E como se faz esta transformação? Penso que o primeiro passo seja a consciência de que este trabalho não pode ser individual. Ninguém faz nada sozinho. É preciso ser uma decisão política, pedagógica, para fazer com que a escola seja de fato uma escola de inclusão.
Uma outra questão: Como trabalhamos em redes, pública ou privada, municipal, estadual, etc; É necessário que exista um suporte de políticas públicas. São 400 anos de escolas no Brasil. E para fazer esta transformação não adianta colocar uma roupa nova numa estrutura velha. A escola tem que fazer uma opção; É evidente que se deve partir da utopia da esperança de que é possível uma outra escola, assim como é possível um outro mundo, uma outra sociedade. Não vamos construir uma sociedade diferente se não trabalharmos na perspectiva de um mundo de idéias também diferentes e de novas possibilidades.
É claro que uma transformação vai provocar conflitos. Mas a escola tem exatamente este papel de provocar confronto de idéias e aspirações para que daí surja o novo. Por tanto a escola tem que trabalhar com os conflitos, tem que “tumultuar”, tem que ser um centro de debate público e permanente. Só assim ela vai encontrar o seu lugar e a sua contribuição neste processo de construção da nova sociedade.

Vera Regina Machado Kaminski – Educadora na Rede Estadual Pública em Ijuí, R/S.


TORNAR POSSÍVEL O AINDA IMPOSSÍVEL

A educação no Brasil, desde o momento em que aqui começaram as primeiras formações comunitárias sob o domínio dos colonizadores, sempre foi tratada de acordo com os interesses daqueles e para aqueles que de alguma forma tinham ou têm privilégios.
Passando rapidamente por nossa história, já no século XVI, a educação aqui implantada objetivava o catequização dos índios, sendo atrelada às verdades da igreja, visando estudos teológicos, o que era totalmente o oposto daquilo que se vivia na ótica renascentista que lutava pelo ensino laico e a formação de pessoas para o mundo da industrialização.
Durante o império, a educação era elementar e para os poucos nobres. Aqueles que queriam uma formação melhor, precisavam busca-la fora do país. Nessa época, com a vinda da família real, fundaram-se algumas instituições de educação e cultura, como por exemplo a Biblioteca do Rio de Janeiro e a primeira universidade brasileira. Em 1830, criou-se a primeira escola para a formação de professores no Brasil. Era particular e poucos tinham acesso. O ensino em geral era muito técnico, podendo ser comparado à uma formação elementar e de baixa qualidade.

FORMAÇÃO PARA O TRABALHO

Já na República, que “nasce” sob a égide de militar positivista, continua-se a valorizar a formação técnica para o trabalho, visando às classes trabalhadoras. Era uma formação para o trabalho mecânico e repetitivo e a educação para os filhos da nobreza latifundiária. Isso permanece até que, na década de 60, surge, mesmo que com várias falhas, a primeira LDB e também uma lei regulamentando o ensino superior no país.
Inicia-se então a ditadura militar, período em que a formação integral do cidadão crítico não é valorizada, sendo até rejeitada. O objetivo maior era formar mão-de-obra para a crescente industrialização que começava a ser implantada no país e manter as pessoas alienadas.
Percebe-se, por tanto, que todo o processo de regulamentação da educação brasileira foi feito de acordo com interesses da classe política e oligárquica, tendo como agravante o atraso em relação às nações mais desenvolvidas. Isso tudo fez com que o acesso e permanência na escola se tornasse um processo de elitização, de manutenção do “estatus quo”, uma constante luta de classes. Assim , o processo de concentração de renda foi sendo cada vez mais agravado.

ESCOLA, CAMINHO DE MUDANÇAS

Sabe-se que nenhuma nação chegará a se tornar realmente desenvolvida com uma situação sócio-econômica tão excludente. Não podemos mais separar as pessoas entre as “mais” e as “menos” capazes. Hoje, pela maior facilidade no acesso às informações e às constantes interações sociais, todos querem e exigem mudanças.
Diante dos desafios, postos hoje de forma tão clara, a escola é vista como o caminho mais viável para diminuir a luta entre as classes, e exclusão e, consequentemente, melhorar as condições sociais do povo da nação. Sabemos que são vários os desafios para que realmente tenhamos uma educação de qualidade e acessível a todos. Podemos afirmar que a consciência e a vontade de implementar as mudanças já existem. Várias medidas, mesmo que lentas, já estão sendo tomadas. E o que é mais importante: Existe a conscientização da população em geral, independente de classes sociais.
Pode parecer utopia afirmarmos isso, sendo que a própria história brasileira se fez e ainda se faz baseada em princípios e medidas que privilegiam sempre aqueles que já são privilegiados, e pouco ou nada beneficiam as classes populares. Só que não podemos mais aceitar viver em um mundo tão desigual, não podemos mais deixar os sonhos serem sufocados, sem lutarmos para que sejam concretizados.
Paulo Freire afirmava que a sociedade é aquilo em que acreditamos. Se acreditarmos numa sociedade mais igual, onde as desigualdades sejam motivo de crescimento mútuo e não de seleção e exclusão, com certeza poderemos, através de nossa responsabilidade como cidadãos e principalmente como educadores, viverem um mundo muito melhor e mais humano.

Ivana Guimarães Lodi - Professora do Centro Universitário do Planalto de Araxá e do Ensino Médio, em Araxá, MG

Festa de Hallowen

Olá amigos!!!!!!!!!!

Aqui estão as fotos tão esperadas da FESTA DE HALLOWEN, promovidos pelos alunos da UFRGS, no Pólo de Três Cachoeiras.

A nossa festa foi simplesmente maravilhosa, altos flashes, muita dança, festa, brincadeiras e comidas...

Estas Bruxas e Bruxos de Três Cachoeiras estavam arrasando !!!!! hehehehe...

Dêem uma olhadinha nas fotos e confiram...











Thursday, November 23, 2006

ECS 9 - Semana 7 e 8 - Letra E



Olá queridos colegas!!!!

Aqui está a atividade da ECS9 referente o texto:

O ENSINO E A EDUCAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA

clike [aqui]

GRUPO: Catiane Vargas, Renata Hahn, Cleide Cardoso, Cristiane Mengue, Cristiana Cândido, Rosimeri Hertzog, Shirley Borges, Simone Lentz, Simone Lumertz, Patrícia Lippert, Andréia Carlos, Mara Núbia, Márcia Guerreiro, Liziane Evaldt.

Friday, November 17, 2006

Escola Cultura e Sociedade

Atividade 4

Ao fazer as visitas aos blogs dos meus colegas, percebo que há muita preocupação em fazer um trabalho bem elaborado e significativo...
Em minha opinião é importante fazermos essas visitas aos blogs, pois é um momento de nós – estudantes - pararmos e refletirmos sobre não só as nossas atividades realizadas e sim as dos nossos colegas. Desta maneira cresceremos e aprenderemos um com os outros...
Ao pesquisarmos e lermos as atividades, vamos aumentando nossos conhecimentos em diversos sentidos, não somente no nosso âmbito educacional como em nossa vida pessoal, social, política, etc.

Wednesday, November 15, 2006

ECS 8 - Gincana

ESC8 - Relato da Gincana
Olá Pessoal!

É muito legal e interessante essa atividade da ECS 8, realizadas em grupos para a integração dos alunos dos diferentes pólos do PEAD.
Conseguimos encontrar os oite componentes da figura E1 dos 5 Pólos.
Nos comunicamos através de e-mails para realizar este trabalho.
Conversar com meus colegas foi muito gratificante e também perceber que todos estão ansiosissímas para realizarem as atividades com sucesso, as angústias, medos.... pois soubemos que não somos só nos que temos angustias sobre o curso,...

Todas nós ficamos realizada e feliz por ter conseguido ser aprovada no vestibular da UFRGS, no qual sabemos que esta, não é faculdades com ensino “ruim” e sim de altíssima qualidade. Nós sabemos o quanto estamos “suando as camisas” para conseguir realizar as atividades até o prozo previsto... Sabemos q muitas pessoas estão atrasadas, mas deve ser por não saberem manusear o computador, não ter computador em casa – só no pólo,onde muitas vezes há falta de luz, transtornos, dificuldade de acesso, problemas com a internet, etc..
Desde o inicio algumas colegas já tinham domínio do computador com alguns softwares e também no MSN, ORKUT, E-MAILS,.. enfim sabem mexer um pouco nele... mas obtemos grandes dificuldades no inicio com ferramentas virtuais do curso como o PBWIKI, ambiente ROODA, pois nós nãp conhecia-os.
Temos muitas preocupações de conseguir dar conta do “recado”, pois são trabalhos que exigem muito de nós, como da nossa compreensão, dedicação, etc... Estes trabalhos são muito extensos para nós fazê-los, no qual acupam muito o nosso tempo, de modo que não temos tempo para a família, etc...
Tem coloegas que para facilitar a realização dos trabalhos já compraram computadores e colocaram banda larga.
Estamos adorando fazer este curso de graduação pela UFGRS, aprendendo e refletindo bastante e nos realizando como pessoa profissional...
A maioria procura estar sempre em dia com meus trabalhos e a fazeres, com o intuito de não deixar acumulá-los como uma bola de neve... pois depois para por em dia é dificil...
Bjksssssssss e abraços

Sunday, November 05, 2006

ECS 6 Weber

ECS 6 – Weber - Semana 4
Cite duas situações em seu local de trabalho a partir da teoria de Weber.
SER / ESTAR X PAPEIS
Vivemos em uma sociedade dotadas de poderes de dominações, no qual nem sempre percebemos que somos manipulados e dominados. Todos nós, como cidadões respeitamos leis, seguimos tradições familiares, entre outras,... Assim também acontece no meu ambiente de trabalho. Tanto professores quanto funcionários, são “dominados” pelas regras/leis da escola.
Outro exemplo de dominação está presente diariamente em minha tarefa docente. Recebemos da secretaria o Currículo Escolar da série, onde já estão prontos os conteúdos a serem desenvolvidas durante todo o ano letivo.
PODER X HIERARQUIA
Nós educadores somos sujeitos ativos e participantes quanto às normas da Lei de Diretrizes e Bases(LDB). Obedecemos, esta norma que até então pode ser modificada, mas de uma forma ou de outra estamos submetidos sempre a mesma. Outro exemplo que posso citar de PODER X HIERARQUIA presente em minha escola, é o modo em que a Diretora e Vice-diretora são eleitas ao seu cargo. Na minha opinião, tanto professores e funcionários, quanto toda a comunidade escolar deveriam eleger democraticamente as duas pessoas, de acordo conforme acharem quem deve estar presente nestes dois cargos já citados, como por exemplo, uma votação. Contudo, isso não é real, a diretora e vice-diretora são escolhidas, de acordo com “uma pessoa” superior a estes cargos que as escolhem por cargo de confiança, e não pessoas concursadas, que têm os mesmos direitos, ou mesmo até mais de atuarem em “tal” cargo.

ESC 6 - Weber II

ECS 6 Weber II SEMANA 4 / ATIVIDADE 6
Continuação da atividade
Relato em que expresse o conteúdo do debate no Fórum Durkheim, Weber e Marx e a sua participação até o momento.

Ao participar deste Fórum, percebo a importância de nós alunos da Universidade UFRGS participarem, pois é um momento de pararmos, de nos concentrarmos, lermos e refletirmos todos os comentários postados até aqui, com o objetivo de aprendermos juntos. Cada universitário, tem uma visão diferente do outro. É evidentemente, o paralelo entre ensino-aprendizagem ser mais qualificativo e significativo para todos estudantes.
O pensador Marx Weber no texto “os três tipos de dominação legítima” cita que existem as dominações: legal, tradicional e carismática, no qual já os expliquei aqui no blog. Esses tipos de dominação mencionadas pelo pensador, faz refletirmos que vivemos numa sociedade em que há poderes de dominação, no qual nos dominam, sem se quer percebermos.
Um exemplo que posso citar sobre esta dominação mencionada no parágrafo anterior é: Nós professores somos sujeitos que precisamos obedecer as normas da lei de Diretrizes e Bases (LDB), esta pode ser modificada, mas de uma maneira ou de outra, estamos submetidos sempre a mesma.
Outro exemplo que acho importante ressaltar é o comentário que a colega Edinara Scheffer nos coloca neste Fórum: “Para Weber a sociedade-indivíduo, a dominações, que ele divide em três. Na minha opinião, nós vivenciamos diariamente todas elas, pois obedecemos e respeitamos leis (dominação legal), seguimos as tradições familiares (dominação tradicional), e ainda pertencemos ou fazemos parte de alguma religião ou grupo político(dominação carismática)”.
Ao ler o comentário da Edinara, achei interessante e dinâmico o modo em que ligou os tipos de dominação com os que nos dominam atualmente. Concordo plenamente com a colega, pois estamos inseridos num contexto, em que a sociedade-indivíduo, participa e obedecem, tais dominações já mencionadas.
Quanto as reflexões de Durkheim, vejo a suma importância deste para refletirmos, ousarmos e vermos o quanto é importante para nós em nossas tarefas docentes.
De acordo com Durkheim, percebo que minha escola caminha para uma educação igualitária, no qual busca o educando ser um indivíduo “crítico, criativo, responsável e participativo” na sociedade considerando tanto os valores culturais, quanto os morais e intelectuais do mesmo.
Ao concluir este relato, além de participar deste Fórum, também tenho visitado vários blogs das minhas colegas e diferentes pólos, conhecendo cada vez mais estes pensadores, conhecimentos interpretações, análises próprias e outras concepções e visões de mundo, etc... contribuindo e aumentando meus conhecimentos. Este método é muito legal para nós estudantes.

Friday, November 03, 2006

ECS 7 Marx e Engels I

ESC 7 – semana 5: Marx e Engels I



KARL MARX

Karl Marx nasceu em 1818 em Trier. Seu pai advogado, e sua mãe descendiam de judeus, mas haviam se convertido ao protestantismo.
Estudou direito em Bonn e depois em Berlim, mas se interessou mais por filosofia da história. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à política.
Aos 23 anos, quando voltou a Trier, percebeu que não seria bem-vindo nos meios acadêmicos e passou a viver da venda de artigos.
Em 1943, casou-se com Jenny Von Westphalen. O casal se mudou para Paris, onde Marx aderiu à militância comunista. Durante a maior parte de sua vida adulta, sustentou-se com artigos que publicava ocasionalmente em jornais alemães e americanos e por diversos auxílios financeiros vindos de seu amigo e colaborador
Friedrich Engels. Atraia muito a atenção Engels.
Foi expulso de Paris em 1845. Nos anos seguintes, se encorajou cada vez mais na organização da política operária, despertando a ira de governos e da imprensa.
Expulso da Prússia e novamente na França, Marx se estabeleceu em Londres em 1949, onde viveu na miséria durante 15 anos, ajudado, quando possível Por Engels. O isolamento político terminou em 1864, com a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores, que o adotou como líder intelectual. Em 1871, a eclosão da Comuna de Paris o tornou conhecido internacionalmente. Em sua última década de vida, sua militância tornou-se mais crítica e indireta. Marx morreu em Londres em 1883, em Londres.
Marx, viveu numa época em que a Europa se debatia em conflitos, tanto no campo das idéias como no das instituições.
Já na universidade, as doutrinas socialistas e anarquistas se encontravam no centro das discussões dos grupos que Marx freqüentava. Alguns dos pensadores que então alimentavam as esperanças transformadoras dos estudantes de hoje são chamados “SOCIALISTAS UTÓPICOS”, como o britânico Robert Owem (1771-1858) e os franceses Charles Fourier (1772-1837) e Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Dois momentos da história européia foram vividos por Marx intensamente e tiveram importantes reflexos em sua obra: As Revoltas Antimonárquicas de 1848 – na Itália, na França, na Alemanha e na Austrália – e a Comuna de Paris, que, durante pouco mais de três meses em 1871, levou os operários ao poder, influenciados pelas idéias do próprio Marx. A insurreição acabou reprimida, com um saldo de 20 mil mortes, 38 mil prisões e 7 mil departações.
Karl Marx foi o “filosofo alemão da revolução”, um dos mais influentes intelectuais de todos os tempos. Investigou o funcionamento do capitalismo que previu que o sistema seria superado pela emancipação dos trabalhadores.
Numa de suas fases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl Marx dizia que, até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. “Cabe agora transformá-lo”, concluía. Coerentemente com essa idéia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes em todos os tempos. Direta ou indiretamente, a obra da filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade.
Para Marx, combater a alienação e desumanização era a função social da educação. Para isso, seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O filósofo alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações “de partido ou de classe”. Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas do Estado – o que equivaleria a subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo qualidades a serem aproveitadas para um ensino transformador – principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência “profissionalizante”, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função.
Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa concepção chamada de “onilateral”(múltipla), difere da visão de educação “integral” porque esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx, não deveria ser trabalhada pela escola, mas por “outros adultos”. O filósofo não chegou a fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que ajudou a criar, Isso ficou para os seguidores como o italiano Antonio Gramsci, o ucraniano Anton Makarenko e a russa Nadia Krupskaia.
“A educação, para Marx, participa para do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo”.



Dialética de Marx


Influenciado por
Hegel, Marx diz ter invertido a teoria dialética deste. Ao passo que Hegel, entre outros de sua época, postulava a crença no Absoluto (estado, idéias), Marx veio a inverter essa ordem (chamando a si mesmo de um hegeliano às avessas) e através de Ludwig Feuerbach passa para o movimento conhecido por hegelianos de esquerda. Coloca a produção material de uma época histórica como a base da sociedade e, também, a criadora da subjetividade dessa época. Não é o conhecimento espiritual que muda a produção da existência e, conseqüentemente, a vida social, mas exatamente o contrário: com a atividade prática, a revolução (equiparação das forças produtivas com relação ao corpo social), o corpo social transforma também a sua subjetividade.
A relação da produção da vida prática e material para com as idéias não é, porém, determinística e reducionista como à primeira impressão pode parecer; existe uma relação
dialética entre essas duas entidades. Marx tinha um pensamento prático e político que muitos entenderam como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo. Além disso, os estruturalistas, que passaram a ler os escritos de Marx segundo uma visão estruturalista segundo a qual com os homens seriam apenas apêndices das estruturas econômicas, e não criadores diretos destas. Como colocado por Lukács já na década de 1920, a metodologia marxista vê na ciência social uma totalidade, onde se a Economia organiza a tessitura básica da vida social - a "determinação em última instância", dizia Engels - a Política e a Cultura, por sua vez, contribuem para estabelecer as formas históricas de gestão econômica, e, portanto, agem decisivamente sobre a organização material da Sociedade.

Luta de classes
Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filosofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas a parte do valor que produz é o proletariado.
O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, com isso, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. “O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor nos dá uma sociedade com o capitalista industrial”, escreveu Marx.
A obra de Marx reúne uma grande variedade de textos: reflexões curtas sobre questões políticas imediatas, estudos históricos, escritos militantes – como O MANIFESTO COMUNISTA, parceria com Engels – e trabalhos de grande fôlego, como sua obra – prima, O CAPITAL, que só teve o primeiro de quatro volumes lançado antes de sua morte. A complexidade da obra de Marx, com suas constantes autocríticas e correções de rota, é responsável, em parte, pela variedade de interpretações feitas por seus seguidores.


O trabalhador deverá superar a alienação


Em O CAPITAL, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classe e na qual a propriedade privada seja extinta. Para Marx, as estruturas sociais e a própia organização do Estado estão diretamente ligadas ao funcionamento do capitalismo. Para isso, para o pensador, a idéia de revolução deve implicar mudanças radicais e globais, que rompam com todos os instrumentos de dominação da burguesia.
Um aspecto importante do pensamento de Marx foi ter abordado as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo dentro de si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho – característica da economia industrial, em que cada um realiza apenas uma pequena etapa da produção -, o empregado se aliena do processo como um todo.
Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será trocada por produtos de que ele necessita. O comércio, para Marx, se constituía de trocas em que tudo – do trabalho ao dinheiro, das máquinas ao salário – tem valor de mercadoria, numa progressão multiplicadora do aspecto alienante.
Por outro lado, esse processo se dá à custa da concentração da propriedade por aqueles que empregam a mão-de-obra em troca do salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a buscar produtos que são propriedade de outros. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.
Um dos principais objetivos da revolução prevista por Marx é recuperar em todos os homens seu pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico . É nesse sentido que a educação ganha importância no pensamento marxista.
“A superação da alienação e da expropriação intelectual já está sendo feita, segundo Marx”.
“O processo que existe atualmente se aceleraria com a revolução proletária, para alcançar, afinal, suas metas maiores na sociedade comunista”.